O filho
da filha do Bicho-preguiça
Ricardo Azevedo
O Bicho-preguiça estava
parado quieto, trepado no galho da árvore. Sua filha estava trepada quieta, parada
num outro galho. De repente, ela disse: – Pai estou sentindo uma dorzinha
esquisita dentro na barriga. Acho que vou parir logo. Tempos depois, o
Bicho-preguiça desceu da árvore e ficou pensando. Mais tarde, saiu andando
devagar, quase parando. Foi procurar uma parteira.
Foi, foi, foi. Andou, andou,
andou. Seguiu , seguiu, seguiu. No meio da viagem, o Bicho-preguiça tropeçou
numa pedra e machucou o dedinho do pé. Ficou um pouco nervoso: – É isso que dá
andar nessa pressa danada! E seguiu, seguiu, seguiu. E andou, andou, andou. E
foi, foi, foi. Acabou chegando à casa da parteira. Passou um tempo, o bicho-preguiça
bateu na porta e disse: – Dona parteira é urgente. Vamos lá em casa que o filho
da minha filha está pra nascer.
A parteira era
Bicho-preguiça também. Dias depois, abriu a porta devagar e respondeu: – Calma
aí que eu já estou indo! O tempo correu e bem mais tarde os dois partiram.
Foram indo, foram indo, foram indo. Foram seguindo, foram seguindo, foram
seguindo. Foram andando, foram andando, foram andando. No fim, quando chegaram
de volta, escutaram uma barulheira. Eram os filhos do filho da filha do
Bicho-preguiça brincando devagarinho no terreiro.
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